Após a surpresa dos beneficiários, em 2021, com a aplicação do reajuste negativo aos contratos individuais de planos de saúde, em 2022 a tendência é oposta e, segundo previsão feita pelo BTG Pactual, o reajuste pode ser recorde, chegando a 15%.
Se em 2020 houve uma concentração do sistema de saúde para os casos de COVID 19, ocasionando o adiamento de procedimentos eletivos, em 2021 a procura pelos atendimentos aumentou bruscamente, juntamente com o valor das despesas médicas, levando a crer que o resultado desse cenário será um aumento considerável nas mensalidades cobradas pelas Operadoras.
Diante do atual cenário de dificuldade na contratação de planos individuais, já que muitas operadoras não comercializam mais essa modalidade, é se de esperar que com a aplicação do reajuste no patamar estimado, muitos beneficiários passem a aderir planos coletivos.
Isso porque a regulação feita pela ANS aos reajustes dos contratos individuais sempre foi um fator atrativo para os consumidores, considerando que não seria permitido qualquer espécie aumento abusivo. No entanto, com essa expectativa de alta nas mensalidades que passam de -8,19% à mais de 10%, esse tipo de plano deixará de ser interessante para muitos.
Se no decorrer deste ano a utilização dos serviços médicos se mantiver tão alta quanto neste início, a expectativa é que em 2023 os valores das mensalidades continuem aumentando significativamente em todas as modalidades contratuais.
Na tentativa de minimizar essa alta é sempre bom lembrar que o mau uso do plano não afeta somente as contas da instituição que o oferece, mas reduz também a qualidade do serviço prestado ao paciente, uma vez que os profissionais enfrentam uma demanda maior que a necessária.
Diante disso, o conselho do setor de saúde é que os beneficiários foquem na prevenção e na utilização consciente de exames e atendimentos.
Texto escrito pela Dra. Priscilla Cordoeira da Silva.
Área de atuação - regulatório especialista em saúde suplementar
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